Outra manchete que circula nas redes sociais dá conta do grau de ameaças
que pesa sobre lideranças desse povo.
[anaindi]
GUARANI-KAIOWÁ URGENTE: Jagunço recebe arma, celular e R$ 600 para matar
líderes Kaiowá"
Sabemos que a estratégia de intimidar as lideranças
e as comunidades indígenas em luta pelas suas terras, sempre foi usada pelos
inimigos dos direitos indígenas. A diferença que hoje se percebe é que, apesar
dos assassinatos , as lideranças externaram sua disposição de não se deixar intimidar
pelas ameaças, continuam resolutos no
único caminho que lhes resta, o retorno às suas terras tradicionais.
Marta do Amaral Azevedo, presidente da Funai, prometeu
publicar pelo menos o relatório do grupo de trabalho de Iguatemipeguá antes que
o ano de 2012 terminasse. Não conseguiu cumprir sua promessa. Mas, finalmente, no
dia 7 foi publicado no Diário Oficial o relatório circunstanciado da terra
indígena Iguatemipeguá I ( Pyelito Kuê-Mbarakay). Essa comunidade
Guarani Kaiowá, teve uma das mais incríveis histórias de resistência contra
todos os decretos de morte e violência. Conseguiram dizer ao Mato Grosso do
Sul, ao Brasil e ao mundo sua inabalável decisão de morrer pelo seu chão
sagrado, se preciso fosse. A justiça brasileira, diante do clamor mundial, lhes
reconheceu o direito de permanecer em 1
(um) hectare de terra até que a Funai concluísse o trabalho de identificação. Esse
é apenas um passo no difícil processe de reconquistarem partes de seu
território tradicional. Que as previsíveis reações do agronegócio, procurando
impedir ou retardar ao máximo a devolução das terras aos Kaiowá Guarani, sirvam
de estímulo não apenas para continuar a campanha e mobilizações em favor da
vida e direitos desse povo, mas nos impele a ampliar as mobilizações para que
essa questão seja resolvida definitivamente.
Se o ano de 2012 foi o grande momento de visibilidade,
mobilização e solidariedade com o povo Guarani Kaiowá, este esperam que o
governo de passos decisivos, com a urgente publicação das portarias declaratórias,
que o judiciário julgue no tempo mais breve possível as ações que paralisam as
demarcações, e que o legislativo assegure no orçamento recursos necessários
para a solução constitucional, justa e decisiva.
Povo Guarani Grande Povo
Início de 2013
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