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Para a ministra da
Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, é um absurdo o assassinato
do adolescente Kaiowá, Denilson, quando
ia pegar uns peixes. A decisão da juíza foi não apenas pela reintegração de
posse da comunidade Pindo Roky, mas a
remoção do corpo de Denilson, enterrado no local do assassinato.
No ato de abertura também estiveram presentes vários
parlamentares, o representante da ONU no Brasil, representantes indígenas de
Kurusu Ambá, Panambizinho e Te'Ykue (Caarapó).
Otoniel Ricardo, do Conselho da Aty Guasu que está no
programa de proteção da Secretaria de Direitos humanos, em função das ameaças
de morte, falou pelo Conselho da Aty Guasu, chamando atenção para a gravíssima
situação em que se encontram as comunidades Kaiowá Guarani por causa da não
demarcação das terras, os assassinatos de lideranças, a impunidade e
criminalização "No Mato Grosso do Sul vivemos uma situação de extermínio
do nosso povo, porque não querem reconhecer nossas terras tekohá, a terra sem
males.
Também participaram representantes de entidades solidárias à
luta desse povo, como o Conselho Indigenista Missionário, Cimi.
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Ao nos dirigirmos ao Congresso fomos alertados para as
possíveis dificuldades dos índios entrarem naquela "casa do povo",
pois a segurança reforçada pela polícia federal, com ordem de não deixar os
índios entrarem, em função dos acontecimentos do dia anterior, quando os povos
indígenas de todo o país adentraram à plenária, ocasionando uma debandada e
correria dos parlamentares.
Abriram-se
portas
Portas foram abertas pelos povos indígenas do Brasil, sem
muitas palavras, mas com a força das rezas e rituais, dos cantos e danças
plurais, a energia dos encantados, a sabedoria milenar e a determinação política
de não admitir um centímetro de retrocesso em seus direitos conquistados.
As invioláveis portas do Congresso não resistiram à
emergência súbita dos povos raiz desse país. Eram 18,10, de terça feira, dia 16
da abril. Dia memorável, histórico, em que aquele sisudo plenário recebeu um
banho de chão, de alegria, de energia secular, de cores vibrantes, corpos
pintados, maracás afinados. "Estamos com medo", gritou ao microfone
um dos parlamentares. Bastou a ritual entrada
nativa que as gravatas bem comportadas se colocaram em debandada. Porder-se -ia
perguntar "mas de que fugiram, senhores parlamentares? Será que pensamento de invasores seculares
ainda povoam vossas mentes?. Ou será que algum mais afobado, foi se benzendo
pensando em terríveis canibais? Deveriam
ter corrido ao encontro deles, abraçando-os carinhosamente, pelo eloquente
gesto de começar a libertar aquele espaço da prisão do poder econômico e
político reinante.
Também foram abertas
portas de diálogo, na Câmara dos deputados, com paridade de participantes entre
parlamentares e indígenas. O grupo de Trabalho foi instalado.
As portas do Supremo Tribunal Federal se abriram para um
frutuoso e sincero diálogo como o presidente daquela casa, Joaquim Barbosa
Abriram-se corações e mentes, semearam-se novas sementes,
conquistaram-se multidões de aliados no Brasil e no mundo.
A única porta que continua trancada para os povos indígenas
é a da presidente Dilma. Até hoje ela não se dignou receber as lideranças do movimento indígena, num flagrante descaso ou desprezo do que de
mais digno e belo esse país tem, que é a
pluralidade de seus povos. Assim se expressaram as lideranças indígenas que na
véspera do dia dos Povos Indígenas, passaram três horas diante da porta
esperando um gesto de diálogo.
Recado dado
Os indígenas retornaram às suas aldeias, malocas,
comunidades, com o coração cheio de alegria , esperança e a certeza de que seus inimigos não passarão. "Lutaremos até o último
índio", foi repetido por diversas
lideranças, que estão confiantes de que unidos e mobilizados não permitirão nenhum retrocesso
ou retirada dos direitos conquistados. Voltaram felizes para seus territórios, com importantes
avanços e redobrada vigilância e luta.
Povo Guarani Grande Povo,
Cimi, Brasília, 20 de abril de 2013
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