2ª Assembleia dos Povos Indígenas do Tocantins e Goiás
Tudo muito lindo. Uns pintando os corpos,
outros construindo os barracos ou circulando
no pateio da grande aldeia Palmas. Muitos povos irmanados, sonhos somados,
lutas fortalecidas! São quase 500 representantes dos povos Xerente, Krahô, Apinajé, Krahô Kanela, Karajá de Xambioá, Karajá
da Ilha do Bananal, Javaé, Avá Canoeiro, Guarani, Tapuia, Canela do
Tocantins.
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Na 1ª Assembleia dos povos indígenas, realizada
em maio de 2010, um dos grandes desafios debatidos foi a questão dos grandes
projetos, e modelo de
desenvolvimento do país. Conforme depoimento de Alderez Kraho Kanela
“esse desenvolvimento está matando os povos indígenas da região e do país. Esse
progresso é tristeza, é morte. Nós queremos viver do nosso jeito. O que devemos
preservar em nosso país é a Vida”.
Na conversa com a deputada federal
Dorinha, Izabel Xerente foi dura ao denunciar a permanente perturbação em que
vivem por causa dos brancos, por causa dos pistoleiros que estão assassinando
os índios. Concluiu sua fala enérgica dizendo “Eu não tenho medo de morrer.
Posso morrer encima dos meus direitos”.
Antônio Apinajé coordenou a mesa de abertura da 2ª Assembleia,
da qual participaram lideranças dos povos indígenas, representantes da
Universidade Federal e do Ministério Público e
D. Tomás, como um dos fundadores do Cimi e D. Pedro, arcebispo de
Palmas.
Porque estamos aqui
Com essa interrogação Jucélia Krahô disse
querer dar um recado pro governo, pois os indígenas bem como os ribeirinhos,
camponeses e outros estão muito tristes com o que o governo vem fazendo. “Nós somos o broto da terra. Queremos que o
governo nos respeite. Somos impactados. Não quero que esses grandes projetos vá
adiante. Estão querendo matar nosso povo com veneno”.
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Dom Tomás, falou com muito vigor, a partir de sua longa
história de luta, com seus mais de 90 anos “A
situação dos povos indígenas nunca esteve tão ruim. O governo está
contra vocês. Em tempos passados os índios eram caçados. Hoje matam retirando a
terra. Isso fazem na lei, retirando os direitos da Constituição. Acho que a única força para conter essa
política de morte, é a união de vocês. Vocês
como protagonistas, são a única possibilidade de solução. Os poderosos tem medo
dos povos indígenas. Vocês não podem perder a oportunidade de se unir cada vez
mais. O que faz tremer é a força de vocês. Vocês são a solução, a alma do nosso
povo”.
Comissão de Comunicação da 2ª
Assembleia dos Povos Indígenas de Goias e Tocantins
Egon Heck e Antonio Apinajé –Cimi
goto - Palmas 21 de maio 2013
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