Nos rugidos
do monstro
A mineração
é uma grande preocupação. Especialmente para os povos indígenas, quilombolas e
comunidades tradicionais, em cujo subsolo existem minerais. Poderão ter em breve seus territórios
removidos e transformados em infinitas crateras. Em vista disso movimentos sociais e aliados
das populações que historicamente continuam sendo vítimas de modelos de
desenvolvimento que os impactam e destroem a natureza, promovem encontros e
reflexões para traçar suas estratégias diante da voracidade da exploração
mineral.
Durante três
dias, participantes de diversas regiões do país, onde existem projetos de
exploração mineral em curso, ou que já são impactados por séculos de mineração,
como em Minas Gerais ,
Goiás. CPT e Cimi socializaram as realidades vivenciadas pelas comunidades e
povos indígenas afetados.
Foi um
primeiro passo para aprofundar e entender uma realidade tão complexa, que faz
parte do atual modelo de desenvolvimentismo do país, dentro da lógica do
mercado globalizado.

O
preocupante é que o novo Marco Regulatório da Mineração, está sendo tratado de
forma fechada pelo governo, estando enclausurado na Casa Civil, prestes a ser
colocado à aprovação, sem nenhum debate e participação da sociedade civil. Ao que tudo indica, ele terá a característica
de aceleração da exploração dos recursos minerais, com a modernização legal,
através de uma Agência Nacional reguladora, como tem acontecido em outras áreas
econômicas. Às comunidades certamente serão oferecidos fundos de migalhas da
mitigação dos impactos.
Como se
trata de uma estratégia arquitetada pelo governo dentro do modelo de aceleração
agroextrativista para exportação, é possível entender as pressões para liberar
a mineração em terras indígenas, quilombolas e remover todos os obstáculos para
incorporar todas as áreas disponíveis nesse processo de exploração.
Diante desse
quadro de ameaças e incertezas, os participantes do encontro, e diante dos
desafios levantados, viram a importância de ampliar a discussão e reflexão nas
comunidades, trocar experiências, realizar intercâmbios, sistematizar
informações e articular os diversos segmentos que serão afetados pela
aceleração dessa atividade extrativa.
Antonio
Brand na casa da ONU
Num ritual
singelo e breve, os representantes da ONU no Brasil, o ministro das Relações Exteriores
e algumas dezenas de autoridades, juntamente com os representantes dos
homenageados, realizaram o ato de inauguração oficial da casa da ONU no Brasil
ou seja, o complexo Servio Vieira de Melo.
A relação
dos homenageados representa um panteão de brasileiros ilustres e lutadores
deste país, declarou o ministro de Relações Exteriores. Dentre eles estão João
Candido, Vinícius de Moraes, Zumbi dos Palmares, Chico Mendes, Maria da Penha,
Antonio Brand, dentre outros.
Antonio
Brand se destacou como aguerrido batalhador da causa dos povos indígenas no
Brasil, atuado por 13 anos no Cimi, sendo secretário da entidade por oito, no período
da Constituinte. Iniciou sua inserção na causa indígena através da OPAN -
Operação Amazônia Nativa, da qual foi coordenar. Enquanto fazia o mestrado e
doutorado sobre o povo Kaiowá Guarani desenvolveu trabalhos em benefício de
comunidades deste povo, estando ligado à Universidade Católica Dom Bosco de
Campo Grande, MS.
Cimi em
clima de Congresso
Nesse clima
de animação contagiante vão chegando os primeiros participantes. Na verdade são
os voluntários da harmonia do ambiente com o espírito da festa, reflexão e
luta.
Do dia 20 a 23 mais de duas centenas
de missionários, lideranças indígenas e aliados da causa do Brasil e do
continente estarão realizando um grande momento de celebração dos 40 anos da
entidade e refletindo sobre o momento atual e as perspectivas da construção de
um outro mundo possível, do Bem Viver para todos.
Egon Heck - Cimi
40 anos, Brasília 16 de novembro de 2012.
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