Não seria possível ignorar uma das piores situações de povos
indígenas hoje, em termos mundiais. Lamentavelmente nada de novo nas propostas.
Acenos aos desejos do agronegócio e de
erradicação da violência. Esqueceu de dizer como pensa fazer isso. Quiçá
tivesse se comprometido em cumprir a Constituição e a legislação internacional
com relação aos direitos dos povos originários e teria então mais chance de
avançar na desconstrução de políticas
indigenistas neocoloniais e avançar no diálogo igualitários com esses povos na
perspectiva de construir a autonomia e o
bem viver num país plural que só será verdadeiramente democrático se
respeitar o direito dos 305 povos
que nele vivem.
Na semana passada uma delegação dos Kaiowá Guarani estiveram
uma vez mais em Brasília, para exigir medidas urgentes para a dramática
situação em que estão vivendo. Foram duros e incisivos em suas colocações:
Retomada de suas terras tradicionais e em caso de tentativas de expulsão, irão cometer suicídio coletivo.
Quanto ao “marco temporal” – que
apenas quer reconhecer direito das terras indígenas, onde eles estivessem
ocupando a terra em outubro de 1988, por
ocasião da proclamação da Constituição, Ironia por ironia, os índios perguntam
, se os latifundiários e o agronegócio se encontravam nesses lugares em
1.500 por ocasião do início da invasão.
Em caso negativo, a terra não lhes pertence.
Mineração – o novo nome da invasão
No início de agosto de 2002 uma
delegação indígena esteve com o então presidente da Câmara Aécio Neves, que
prometeu não levar ao plenário o projeto de mineração em terras indígenas, de
autoria de Romero Jucá. O desafio permanece. O movimento indígena e seus
aliados já se pronunciaram inúmeras vezes contra o projeto. Essa nova ameaça de
invasões massivas e destruidoras dos povos e do meio ambiente pesa sobre as
vidas e o futuro dos povos originários desse país.
Será importante que os candidatos
à presidência da República se posicionem claramente diante de mais esse
genocídio anunciado.
Egon Heck
Cimi – secretariado
Brasília, 22 de outubro de 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário