Golpe
mortal contra os povos indígenas
"Arsenal de emendas, portarias, e regulamentações ameaçam não
apenas os territórios, mas a integridade física dos indígenas. As terras,
águas, matas, ar, biodiversidade e minérios estão subordinados à lógica
produtivista" (Cesar Sanson)
Estão
tramando, no Congresso Nacional, um dos
piores golpes contra os direitos dos povos indígenas nos últimos séculos Se o
fato se consumar, os direitos desses
povos, conquistados com muita luta e dignidade na Constituição de 1988 serão
varridos, se instaurando um cenário de
genocídio e etnocídio de quase um milhão
de indígenas, de 305 povos. Um
verdadeiro holocausto poderá ser execrado
pelos assassinos interesses de um pequeno grupo da oligarquia e elite
desse país. Em nome do Rei e da Lei se
declararam as guerras justas contra os povos nativos deste continente,
instaurando um reino de barbárie e extermínio.
Em nome da
Lei e dos relevantes interesses da União (minorias no poder) a ditadura militar
desencadeou o projetos de invasão e saque das terras indígenas, ocasionando o extermínio
de comunidades inteiras. Agora novamente em nome dos irrelevantes interesses
de minorias insaciáveis do poder econômico e
político, querem sacrificar e rifar os
interesses constitucionais dos povos indígenas.
"O PLP 227/2012, de relatoria do deputado ruralista Moreira Mendes
(PSD-RO), pretende legalizar o esbulho das terras indígenas, bens da União, em
benefício de latifúndios (agronegócio) privados, estradas e execução de
projetos hidrelétricos, expansão urbana, extração de minérios e toda sorte de
infortúnios que tal processo costuma carregar em seu ventre de desgraça."
(Nota do Cimi 16-07-13)
Assim
se refere Marcio Santili,a esse golpe sendo urdido no Congresso:"Mas, se é que é
possível, a aberração no processo legislativo em curso é ainda mais grave que o
conteúdo de verdadeiro estupro aos direitos constitucionais dos índios. O
tal
PLP,
de número 227/2012, havia sido aprovado na manhã da última quarta-feira
pela Comissão de Agricultura e, no começo da tarde, já havia um requerimento
assinado por vários líderes de partidos que, provavelmente, não leram o que
assinaram. A comissão piorou um projeto oligárquico de autoria do deputado
Homero Pereira (PSD-MT) e relatado pelo deputado Moreira Mendes (PSD-RO), ambos
fazendeiros e membros da bancada ruralista.(,15-07-13) site do ISA
![](file:///C:/Users/INFORN~1/AppData/Local/Temp/msohtmlclip1/01/clip_image001.gif)
Conforme a antropóloga
Manoela Carneiro "A legislação colonial e todas as
constituições do Brasil sempre reconheceram os direitos dos índios a suas
terras. Mas uma coisa é o princípio, outra sua aplicação...afirma-se o
princípio, mas abrem-se exceções que o tornam inócuo. É o que tenta fazer o
Projeto de Lei 227/2012: define o relevante interesse da
União com tal latitude que as garantias constitucionais dos índios se tornam
letra morta."
Deputado Padre Tom desabafa: "Eu estou estarrecido desde a semana passada
com a surpresa e a velocidade desse PLP227 sobre os povos indígenas. Eu como
presidente da Frente Parlamentar (dos Povos Indígenas) não fui consultado nem
por meu partido, nem pelo governo, e vem uma coisa querer mudar a
Constituição, querer trazer interesses de grandes produtores[...] como se fosse
interesse do estado brasileiro para querer o que? Invadir e tirar direitos dos
povos indígenas."
Dilma, finalmente, ouviu
Tudo isso se
passa há poucos dias em que a presidente Dilma, pela pressão das ruas e
mobilizações dos povos indígenas, abriu um pequeno espaço em sua agenda para um
diálogo com representantes dos povos indígenas. Essa é a ora de saber se
de fato a presidente assumiu um compromisso com os direitos dos povos
indígenas, ou se tudo não passou de um jogo de cena ( pousar bem na foto)
Conforme
lideranças indígenas participantes do
encontro, Dilma ouviu a leitura de um
documento contundente em defesa dos direitos indígenas e falas incisivas sobre
a postura do movimento de não aceitar modificações na constituição e no
processo de demarcação das terras indígenas.
Chegou a se emocionar na fala de Lindomar Terena que fez menção ao
passado de perseguição sofrido pela presidente e que o mesmo sofrem secularmente os povos
indígenas. Caso se consumar a aprovação
do PLP 227, os povos indígenas não
deixarão passar mais esse golpe fatal, e juntamente com seus aliados no Brasil
e no mundo darão sua resposta de resistência e vida, contra mais um decreto de
morte!
Egon Heck
Povo Guarani Grande Povo
Cimi Brasília,
16/07/2013
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