ATL 2017

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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Povos Indígena do Acre em Brasilia


Delegação de 6 povos indígenas do Acre estão em Brasilia para exigir providências dos Ministérios da Justiça com relação à regularização de várias áreas indígenas, da SESAI exigindo atendimento urgente a situações críticas de saude em várias comunidades.

O dia em que a justiça começou a ser feita

PARABENS!!! ao heroico povo Pataxó-Hã-Hã-Hae do sul da Bahia. "No dia em que a justiça começou a ser feita " é uma reflexão na qual pretendo homenagear a conquista histórica desse povo. Foram mais de 28 anos em que a ação de anulação dos títulos esteve para ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal. O que todos nos perguntamos é porque quase três décadas para se julgar uma ação. Foram mais de três dezenas de lideranças assassinadas neste período. Há 15 anos Galdino era queimado aqui em Brasília.
Agora esperamos  o julgamento urgente das ações de devolução das terras já homologadas dos Kaiowá Guarani de Nhanderu Marangatu, e outras dezenas de ações que envolvem direitos indígenas a seus territórios.
Que sejam anulados os títulos dados pelo governo Getulio Vargas em terras dos Kaiowá Guarani.
QUE A JUSTIÇA PARA COM OS POVOS INDÍGENAS CONTINUE SENDO FEITA!
A crise global e as religiões
Brasília, patrimônio cultural da humanidade, não pode ficar refém de Cachoeiras de corrupção. Tem que ser também palco do pensamento e de  intelectuais do mundo todo.  Alçar voos  e sobrevoos  na atual crise global por que passa a humanidade é preciso. Quiçá se consiga vislumbrar sôfregas luzes entre a  nevoa da crise e desesperança.
Abril fez da capital brasileira, ao completar 52 anos, um espaço de grandes debates, com especialistas renomados do mundo. No palco os grandes temas que desafiam a humanidade hoje. “Krisis”,foi o guarda chuva.  As palestras e debates começaram com o tema “Religião-Fé, fanatismo e  conflitos políticos no mundo atual”. Tariq Ali, intelectual e escritor paquistanês, iniciou as exposições.  Leonardo Boff, teólogo, escritor e militante da vida do planeta terra, trouxe um enfoque mais latino americano, da teologia da libertação. Pedro Terra (Hamilton Pereira) secretário de Cultura do Distrito Federal, fez a mediação do debate.
Tariq fez uma breve explanação das religiões nas revoluções industriais, fazendo uma análise crítica da inserção e instrumentalização das mesmas por esses processos econômicos, para chegar às crises e assensos das religiões nos dias atuais. Fez referência às críticas de Marx às religiões, classificando-as como “ópio do povo”. Expressão do pensamento da revolução racionalista. Fez menção à profunda crise atual em que o “mundo está  comandado por gente  cujo único Deus é o dinheiro”.  No turbulento  mundo do capitalismo vemos o constante surgimento de novas religiões, como “fest food”.  Afirmou que nos Estados Unidos tem três grandes religiões: o dinheiro,  as igrejas da competição, e a religião promotora da guerra de civilizações. Isso gera um retrocesso hoje,  pois estimula uma cruzada contra o outro.
Crise de sistema político e religiões
Não existe uma religião monolítica. Quando as religiões conversar, dialogam, aprendem  umas com as outras.  Diante da constatação do assenso das religiões, chamou atenção para o fanatismo que se expande,  demonstrando que na verdade o que se aprofunda é a crise do capitalismo. Fez referência  ao fenômeno do surgimento de partidos políticos religiosos tomando o poder  no mundo árabe, ao vazio e falta de sentido da maioria das democracias atuais. Apesar disso muitos processos importantes acontecem na América do Sul, como o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, e os diversos movimentos ante  imperialismo que chegaram ao poder na Venezuela, Equador, Bolívia...
Apesar de suas ásperas críticas às religiões e suas consequências nos processos civilizatórios e revoluções,  afirmou que na verdade trata-se de uma profunda crise do capitalismo global e a construção de um novo sistema, em que os atuais dos males no mundo não ficarão impunes.
Olhando para seu companheiro que neste instante estava à sua direita na mesa, Leonardo Boff, lamentou que a Teologia da Libertação tenha chegado bastante tarde, porém manifestou sua convicção de que ela poderá contribuir muito com os processos de transformação social e a superação da crise sistêmica atual.
Religião – espaço gerador de esperança
Ao iniciar sua fala, Leonardo Boff,  disse “a religião está realmente  em ascensão. Prova disso era o auditório apinhado de gente, até no palco atrás dos expositores. Boff em sua fala,  disse que a crise da religião nos remete a uma crise mais profunda, de civilização. Fez referência às situações de violência geradas pelo fanatismo religioso, intolerância, proselitismo, fundamentalismo, problemas religiosos não resolvidos.  Insistiu que a religião é espaço gerador de esperança, de elaboração de novos sonhos e utopias.
Fez menção  do cansaço do consumo que está gerando um vazio que propicia o surgimento de religiões, muitas vezes de forma patológica, fundamentalista.  Ao mesmo tempo as religiões ganham uma forma política, profética, de resistência. São as religiões de libertação. Temos uma herança libertária, de resistência, de consciência crítica, ao lado dos oprimidos. As religiões mobilizam as populações.
Quanto à crise mundial,  alertou sobre a grave ameaça por que passa Gaia, o planeta terra, nossa casa comum, pelo feroz sistema de destruição em marcha. Diante dessa realidade dramática somos convocados em regime de urgência a construir um novo modelo de sociedade, que não tenha apenas uma relação utilitarista com a natureza, mas que junte as sabedorias de todos os povos,  nativos, africanos, que tem uma dimensão mística de suas espiritualidades e religiões. Será necessário muito diálogo, busca conjunta da verdade, da construção de um novo modelo civilizatório, baseado na radicalidade da vida, superando as religiões de mercado.
Ao ser perguntado sobre o que esperava da Conferência Rio + 20, foi categórico “  da Conferência oficial não espero nada. Porém  acredito na Cúpula dos Povos, por entender que ali sim a vida  será colocada como questão central e a terra como um bem de vida. Aí sim haverá esperança”.
Povo Guarani Grande Povo
Cimi 40 anos,   maio de 2012