Viemos para
guerra,
queremos nossa terra,
demarcada, respeitada,
livre de invasões,
sem madeireiras ou fazendeiros,sem mineradoras ou garimpeiros!
livres dos males civilizados,
queremos justiça e paz.
queremos nossa terra,
demarcada, respeitada,
livre de invasões,
sem madeireiras ou fazendeiros,sem mineradoras ou garimpeiros!
livres dos males civilizados,
queremos justiça e paz.
Da
aldeia aos três poderes
Aos poucos foram chegando,
das diversas regiões do Estado do Maranhão, para uma longa viagem de quase mil
e quinhentos quilômetros. Corpos pintados, cocares, bordunas pesados, flechas
certeiras. O destino é chegar aos que decidem, aos detentores do poder, para
lhes dizer: queimem a portaria 303, revoguem aos leis que ferem nossos direitos,
respeitem os povos indígenas do Maranhão e de todo país.
Em frente ao Congresso as fotos e filmagens diante de casas tão
estranhas. Forte sensação de quem só conhecia essa paisagem por alguma foto ou
notícia de radio.
Portas
fechadas, corações indignados
No auditório da Funai, tiveram encontro com a presidente do órgão,
Marta Azevedo e sua equipe. Puderam rapidamente expor os graves problemas que
muitas comunidades enfrentam, especialmente aos invasões de fazendeiros ,
madeiros, garimpeiros e grandes projetos do governo. Diante disso exigiram
ações mais eficazes da Funai e mais agilidade e datas para os processos de
regularização de seus territórios. Apesar da descrença pela histórica omissão
do governo, puderam expressão sua indignação e expor suas exigências.
Em seu manifesto,
expressam as razões de presença em Brasília
. “Nós,
povos indígenas do Estado do Maranhão Guajajara, Gavião, Krikati, Rankokamekra,
Mermortumre, Apaniekra, Kaapor, Awá-Guajá, Krepymkateyê e Krenyê, vimos
respeitosamente exigir de Vossa Excelência, a Revogação imediata da Portaria
303, por entendermos que a mesma vem usurpar os nossos direitos, e não admitimos apenas a suspensão
temporária deste equivocado e inconstitucional ato jurídico-administrativo que
restringe de forma absurda os direitos originários e fundamentais dos nossos
povos.
Os povos indígenas do Maranhão
reafirmam o posicionamento já publicado pelas organizações e delegações
indígenas das outras regiões que desde final de julho, após a edição dessa
Portaria, manifestam-se veementemente por sua revogação integral e imediata.
Reforçamos aqui a
nossa insatisfação com a conjuntura política atual que demonstra claramente os
acordos do governo com os grupos econômicos desse país, cujos interesses são a
exploração das riquezas naturais, construção de hidrelétricas, refinarias,
plantios de monocultivos, ferrovias, hidrovias e rodovias, que facilitam a
exportação e mercantilização dos territórios indígenas.
Portanto, nós
povos indígenas do Maranhão, juntamente com os demais povos do Brasil, só
cessaremos a luta quando os nossos direitos forem respeitados e a Portaria
definitivamente revogada. " Brasília, 05 de Novembro de 2012.
Povo Guarani Grande Povo
Cimi 40 anos, Brasília 8 de novembro de 2012