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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Kaiowá Guarani, despejo é morte

Passou o primeiro turno das eleições. A greve da polícia federal terminou. Tudo pronto para executar os despejos dos índios no Mato Grosso do Sul.

            Os dos Kadiwéu,(município de Bodoquena) está anunciada para a próxima semana. A do Passo Piraju(,município de Dourados),também está na eminência do despejo. Pyelito Kuê/Mbarakay(município de Iguatemi) também está sob a ordem do despejo. Portanto mais violência, sofrimento e mortes estão anunciadas.

            Do Potrero Guasu(município de Paranhos) as lideranças comunicaram que seus barracos na retomada foram queimados essa noite.Apesar de insistente pedido para que a Força Nacional se faça presente no local em que estão acampados, dentro da terra já com portaria declaratório e parte fisicamente demarcada, até o momento nem ela, nem Funai, nem polícia federal estiveram na área para assegurar os direitos dessa comunidade indígena.

            Para os povos primeiros dessas terras, a terra é vida e despejo é morte. Mas parece que as forças da morte esperam mais uma vez prevalecer.
 Passo Piraju: luta pela vida , contra o etnocídio/genocídio

Conforme relatório de comissão da Aty Guasu à comunidade  à comunidade de Passo Piraju, esta "se encontra em estado de pânico, perplexa e desespero total". Relatam a importância da presença de alguns Ñanderu, lideres espirituais, para diminuir o desespero e medo e buscam indicar rumos diante da decisão do despejo, cujo prazo está previsto para amanhã. " Uma das decisões definitiva anunciada na reunião pela comunidade Passo Piraju é não sair do lugar, é resistir e morrer todos juntos. Esta decisão foi repetida, em coro, várias vezes pela comunidade.

Nós não vamos sair daqui! nós vamos morrer todos junto aqui!. Na beira da estrada não vamos voltar mais viver! por isso vamos morrer todos junto aqui mesmo!”. Ao falar essa frase várias mulheres e moças indígenas choram sem parar. “Parece que a Justiça do Brasil só que ver o sofrimento e morte dos índios na beira da estrada”. “Será que essa é justiça de verdade?”
. De fato, para todos nós Guarani e Kaiowá, esse tipo de decisão de despejo deferido pela Justiça é violência que gera miséria e morte/extermínio dos indígenas, por essa razão, nós comissão de lideranças da Aty Guasu pedimos a revogação imediata da ordem de despejo da comunidade de Passo Piraju-Dourados-MS. (Tekoha Passo Piraju, 16 de outubro de 2012. Comissão de lideranças da Aty Guasu)
 

Egon Heck - Povo Guarani Grande Povo - Cimi 40 anos, outubro de 2012