ATL 2017

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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Aliança mundial pela Mãe Natureza


Celebrando a diversidade


Uma linda e agradável manhã de primavera. Sob a sombra acolhedora de uma frondosa árvore de sucupira, típico do cerrado brasileiro, começam a fluir as energias do planeta aquecendo os corações sob um manto de belas cores estampadas  nas vestimentas, pinturas, adornos de dezenas de povos nativos das Américas, África, Ásia e Europa. 







A diferença de expressões, línguas, cantos e rituais é uma amostra do quanto podem os povos indígenas e seus aliados iluminar a cegueira do   modelo de desenvolvimento capitalista que está sendo imposto em nível mundial com violência e destruição que   ameaça as condições de vida em nosso planeta.
É muito oportuno que semelhante Assembleia mundial se realize, neste momento no Brasil,  pois estamos passando por um momento de extrema violência e agressão aos direitos dos povos indígenas, expressou uma das coordenadoras da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil-APIB. ‘Precisamos dar esse recado ao mundo e  contribuir  com o clamor pelo direito à vida  da natureza.


Em torno de 150 representantes de povos originários de quatro continentes iniciaram , no Centro de formação Vicente Canãs, em Luziânia, a primeira Grande Assembleia da Aliança dos Guardiães da Mãe Natureza. A Assembleia terminará dia 15 com a expectativa de se consolidar uma grande Aliança dos Guardiões da Mãe Natureza como contribuição concreta dos povos indígenas para a construção de um mundo em que todos os seres vivos possam viver em harmonia e paz.

Será um grande   momento de mostrar ao mundo novos caminhos de esperança a partir dos povos originários, suas sabedorias milenares e resistência secular.
Belas e fortes são as diferenças entre os milhares de povos sobreviventes no mundo. É uma mostra de que é possível  um outro mundo, onde os povos  “Originários de todos os continentes...temos o dever de construir pacificamente uma visão comum a fim de iluminar o futuro da nossa humanidade. Gratidão de ter vindo participar  da criação de uma aliança para a paz entre os seres humanos e a Natureza”

A espiritualidade une nossas vidas e nossas lutas

As manifestações rituais foram de uma beleza ímpar. Foram unanimes em se unirem no  espírito que garante a sobrevivência dos povos, mesmo que se encontrem submetidos a graves violências e extermínio, em todos os continentes. Desde o primeiro momento dessa primeiro dia da Assembleia mundial dos povos originários foi a continuidade de ações colonialistas, dominadores e invasoras dos territórios indígenas.


Estamos procurando descolonizar nossos filhos através de nossa educação. Aporem o difícil é descolonizar os brancos, afirmou uma liderança indígena norte americana. “Nossa luta  não é contra um governo, é contra um monstro muito maior que é o sistema capitalista”
As manifestações e rituais se deram todas ressaltando a necessidade de cuidar da Mãe Terra. E isso só nós povos originários com nossa sabedoria e espiritualidade sabemos fazer. Nós amamos a mãe natureza cuidamos dela e queremos construir essa grade aliança. Nas manifestações foram todas no sentido de buscar de todas as formas construir essa grande união dos povos.
Foram impressionantes os ritos e manifestações espirituais durante quase três horas, na sombra da árvore de sucupira. Apesar de todos os cenários de violência e destruição que marca a atual realidade em todos os continentes, houve manifestações de esperança e desejo de contribuir para salvar a natureza, a humanidade.

Egon Heck    fotos  Laila/Cimi


Brasilia, 11 de outubro de 2017