ATL 2017

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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Vida e morte Guarani-Kaiowá: Denilson, Marçal e o Papa


Tiros na cabeça. O corpo estendido no chão é colocado em um carro e jogado longe do local da execução. Pistoleiros e seguranças da fazenda, cumprem a sina de matadores dos Kaiowá Guarani, na deflagrada guerra contra esse povo. Denilson Barbosa, de 15 anos, da aldeia de Tey’Ikuê, município de Caarapó, terra indígena do mesmo nome, é mais uma das centenas de vítimas do genocídio a que estão submetidos os Kaiowá Guarani no Mato Grosso do Sul.

O assassinato se dá num contexto de vários ataques e violências contra as aldeias e acampamentos desse povo no início de 2013. Denilson foi executado por ter ido pescar, no entorno da terra indígena.

A não demarcação das terras pelo Governo Federal é a principal causa do assassinato. Os confinamentos, como o de Caarapó, tornam as famílias desse povo cada vez mais dependentes da cesta básica, com uma alimentação deficiente e inadequada, aprofundando ainda mais a cultura da dependência e a infame realidade de menos de meio hectare de terra por habitante, poderá agravar ainda mais a situação de violência e morte.

Recentemente representantes dos interesses políticos e econômicos da região entregaram documento à presidente Dilma, reafirmando sua decisão contra o reconhecimento das terras indígenas.  Os mesmos objetivos manifestaram em reunião com o ministro da Justiça.

Enquanto a notícia da execução do jovem Kaiowá começava a ser divulgada, já na tarde do dia 18 de fevereiro, em Brasília, nas dependências da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, se instalava a Comissão Especial Guarani-Kaiowá, com o intuito de somar esforços na garantia dos direitos desse povo e evitar mais violências, hostilidades e negação dos direitos.  Infelizmente os Kaiowá Guarani não foram integrados à comissão, mas certamente o serão para a próxima reunião. Comissão com o mesmo escopo foi criada em nível da Secretaria Geral da Presidência da República, uma vez que a situação desse povo é prioridade neste ministério.

O Papa e os índios

Denilson Kaiowá poderia ser um dos jovens a se encontrar com o Papa na programada jornada Mundial da Juventude que em julho se realizará no Rio de Janeiro. O Papa renunciou e Denilson foi assassinado, após ser espancado, no Mato Grosso do Sul. Num início de noite no centro de Manaus, no Amazonas, em julho de 1980, o Guarani Marçal Tupã’y se dirigia com veemência ao Papa João Paulo II, denunciando a história de massacre de seu povo, e as violências contra os povos indígenas no Brasil. Três anos depois ele seria brutalmente assassinado, em Campestre, na terra indígena Nhanderu Marangatu, no município de Antonio João, onde morava e trabalhava como enfermeiro.

Foto: Paulo Suess

Chicão Xukuru, também externou ao Papa as preocupações dos povos indígenas no Brasil, quando de encontro com João Paulo II, em Cuiabá, no mês de outubro de 1991. Falou das ameaças que sofrem as lideranças indígenas que lutam pelos direitos de seus povos, especialmente a demarcação e garantia de suas terras e territórios. Pouco tempo depois foi assassinado.


Em 2007 os povos indígenas no Brasil expuseram ao Papa Bento XVI suas preocupações com a grave situação de negação de direitos e violências cometidas contra os povos indígenas em nosso país.


No momento da renúncia do Papa, dos assassinatos das lideranças indígenas e não garantia de seus territórios e recursos naturais, das contínuas invasões, pressões e destruição das terras indígenas, com perplexidade fica a indagação: quando haverá efetivamente respeito aos direitos desses povos e cessarão as violências e genocídios dos povos primeiros desse continente Abya Yala, América, Ameríndia?

Reza e resistência

As informações da região Kaiowá Guarani no Mato Grosso do Sul, dão conta do importante momento em que muitas comunidades estão fortalecendo sua resistência e luta, construindo casas de reza – oga pisy, e realizando os rituais, jerosy pucu. Uma demonstração de que a secular resistência e a afirmação de seus projetos de vida na busca da terra sem males, se fortalecem e lhes dá a garantia da vida e da vitória



domingo, 10 de fevereiro de 2013


A seca, o sertão  e a cerca

Tive a feliz oportunidade de conhecer um pouco do sertão nordestino nesta seca e as primeiras chuvas. Pude sentir e partilhar o milagre da vida, com a caatinga verdejando, os barreiros e açudes sangrando, e ver  a alegria voltando a galope no sertão. A reza e a fé do sertanejo são inquebrantáveis.

"Nois até que se vira, acha uma comidinha aqui, uma aguinha acolá, mas quem mais sofre com a seca é os animal. Coitado dos bichinho não tem muitas vezes pra onde se socorrer. Acaba morrendo..." Essa expressão de dor e compreensão da vida nos revela um pouco o sentimento do sertanejo calejado pela seca e que ama os seres que o rodeiam como ama o seu próximo.

Lago dos Amaro, no caminho entre Exu e a serra do Araripe

Vi muita cerca renovada, vi muitos casarões abandonados, senti a esperança brotando por entre as fendas do solo ressequido e vi sertanejos, como seu Tuntum, retorcidos pelo tempo e sofrimento, cheios de sabedoria e não desesperançados. Nem urubu dá conta. Doía o coração ver os barreiros e açudes secos, os rios, como o Brigida, sem água, apenas um leito de pedras indicando que ali era um rio.

 
O bode, o jumento e o boi

A imagem que mais choca é ver centenas de cabeças de gado apodrecendo na beira da estrada. De Exu a Ouricori, o cenário era desolador.

Não sendo um especialista na questão, partilho uma reflexão que o companheiro Gogo fez, comentando a seca e o sertão. " De fato, o gado bovino tem sofrido e morrido em quantidade nessa seca. Mas, essa é uma questão superada para o movimento social que defende a convivência com o semiárido, isto é, essa região nunca foi local adequado para se criar bois e vacas. Há uma comparação feita pelos educadores populares nos cursos de formação com uma estatística bem simples: um boi come por sete bodes, bebe por sete bodes, ocupa o espaço de sete bodes. Quando morre um boi, morre o equivalente a sete bodes.

De fato, quando se encontrar um bode morto de fome ou sede no sertão, é porque ali já não sobrou uma alma viva. Nessa seca os bois estão morrendo, os bodes estão gordos. O animal é adaptado, suporta as secas, mesmo que sua criação seja contestada por muitos técnicos como sendo um animal daninho e ameaçador da biodiversidade. Mas isso - dizem os técnicos do movimento social - é um problema de manejo, não de adaptação." 22/01/2013 | Roberto Malvezzi (Gogó)

Bem ilustra esse quadro um caso que seu Welington nos contou, a propósito da seca e desanimo de vários sertanejos dessa região da caatinga, do sertão pernambucano, do semiárido. "Meu amigo José de Pedro, já velho, aposentado, trabalhou a vida toda pra reuni um gadinho. Trabalhou 40 anos de sol a sol.Conseguiu mil cabeças de gado. Veio a seca braba desse ano e o resultado foi que seiscentas morreram. Sobrou apenas um gadinho magro e dívida no banco."  Esse é um dos muitos fatos semelhantes que ilustram a forte migração para as cidades, e a difícil sobrevivência da economia baseada no gado.

Outro exemplo que fomos ver é  a Fazenda Uruguai (foto). Outrora foi uma próspera propriedade onde se produzia, além de gado, cana , cachaça e muitos alimentos. Hoje a falda casa das setenta janelas, é alvo de assombrações e abandono.

O maior abandonado  encontrado com frequência nas beiras das estradas é o lendário jumento. Depois de sua secular contribuição , na escravidão e na liberdade,  ele agora está jogado à sua sina na beira das estradas. Decididamente o "cavalo de ferro", a moto, e outros arautos metais do progresso, estão levando os jumentos a figuras lendárias de um tempo que já foi. Andando por estradas do nordeste, quando se ve um veículo dando sinal de luz pode  esperar  jumentos logo adiante. E cuidado, pois quando decidem atravessar o asfalto o fazem ser temor, de cabeça baixa. O jumento tão decantado pelos poetas nordestinos e na voz de Luiz Gonzaga, agora parece caminhar celeremente para a fila da aposentadoria compulsória.

pluviômetro - chuva e conversa sob medida

chamou atenção foi um pequeno aparelho que em outras partes do país nem se houve falar - é o medidor da chuva, o pluviômetro. Cuidadosamente instalado da maioria dos terrenos e casas, ele é o puxador do assunto mais importante no sertão, pois mede e presenteia o sertanejo com o que há de mais sagrado: a água.

-Compadre, aqui choveu só dois milímetros, e aí no pé da serra?

-Aqui foram três, mas a gente espera mais, pelo jeito das nuvens. Mas lá Deus sabe o que fais. O feijão continua esturricado e o milho vai ter que esperá!

 

Olhando pras planta tudo triste, de boca aberta, aguardando ansiosamente uns pingos dágua, seu Gelsi, sertanejo calejado pela seca, aposentado, desfila sabedoria, ao falar do sertão e dos tempos atuais. "Sabe que o responsável por essa perda do feijão somos nois que antigamente sabia quando a chuva vinha e hoje acredita da televisão. O resultado tá aí. Falou que chovia, a gente plantou e a chuva não veio".

A guerra do Exu, Gonzagão e revolução.

Terra de Barbara de Alencar, avó do famoso escritor, José de Alencar. Ela liderou uma revolta republicana em 1817, sendo hoje considerada heroína nacional.

Exu exaltada, cantada em verso e  prosa por Luiz Conzaga, Gonzaguinha e inúmeros  poetas, cordelistas e artistas da terra.

Na região da Serra do Araripe, logo na divisa com o Ceará, foi criada a primeira área de conservação  do país, nos conta Antonio Alencar, grande conhecedor, da região, raizeiro muito conhecido e procurado na região e no país.

"Água para todos", um programa do governo federal, distribuindo cisternas no  seco sertão. Ouvi inúmeros comentários sobre o absurdo de se trazer cisternas inadequadas, a alto custo, ao invés de continuar as experiências de cisternas  exitosas em curso no semiárido.  

Apesar dos medos e ressentimentos persistirem, existe uma voz corrente de que "a guerra do exu acabou". Começa a predominar uma nova mentalidade na convivência, que tenta  enterrar na seca do sertão, os fatos de violência e vingança que se davam entre famílias dominantes na região.

A sinfonia dos sapos em intermináveis amplexos

Só alegria. Os amplexos dos sapos em ritual de acasalamento, se dava em meio à felicidade que povoa cada coração sertanejo. Nunca vi tanto sapo reunido numa pequena porção d'água. Era sapo de tudo que é tamanho, desde os gigantes sapo cururu, até uns sapinhos minúsculos. De um dia para outro a água estava qualhada de ovinhos. E num repente já estavam aí os girinos.Pareciam que tinham pressa. Talvez também os afetasse o fantasma de nova seca. Passamos noites a meditar sob o olhar atento da lua e a sinfonia do coachar dos sapos.

 

Curiosidades e lições

A diferença de 1 (um voto) nas últimas eleições para prefeito. Vitória dos "boca negra", derrota dos "boca branca". Denominação corrente na cidade de Exu, que vem da década de 60, com a divisão entre os dois partidos UDN e PSD.

Apesar de hoje não ter uma base em partidos políticos ou mesmo base de famílias, a denominação continua muito presente nas rodas de conversa.

A cidade de Exu e região ainda respirava  Gonzagão


Depois da rodar por mais de cinco mil quilômetros de estrada do centro (Brasília) ao nordeste do país, em seis estados,  impressiona o grande fluxo de veículos) a sensação de que de fato estamos construindo o caos. Até quando continuaremos enchendo ainda mais as estradas de veículos de todo tipo, colocando o Brasil sobre rodas, no círculo vicioso de que não poderemos correr o risco de desacelerar a indústria automobilística, o Brasil sobre rodas?

 
Mas a impressão mais forte é com relação à água. Da cultura do desperdício na maior parte do país, á secura do sertão, onde a água pode salvar ou matar vidas. Cada gota vale ouro. A cisterna é um espaço sagrado a ser olhado e cuidado como preciosidade. O semiárido nordestino de hoje talvez seja o planeta terra de amanhã, caso não forem tomadas providencias urgentes, desde os hábitos pessoais, até as políticas públicas nacionais com relação à água.

.Egon e Laila

Brasília, fevereiro de 2013



quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

De Cabral, a Cabral a Cabral


 

Quando os povos indígenas do Brasil imaginavam estar livres dos “Cabrais”, do início da invasão, até o da Constituinte de 1988, quando o então Bernardo Cabral tentou eliminar os povos indígenas através de seu substitutivo, eis que ressurge outro Cabral, o governador do Rio de Janeiro, para negar direitos indígenas. Sempre com nobres intenções: "civilizar, desenvolver, aculturar, “turismar”, até fazer estacionamento...". E nesse jogo pra inglês ver, conforme Romário, vale tudo. Até comunicados oficiais dizendo ser uma ofensa às aldeias indígenas, atribuir tal nome aos "indígenas invasores do prédio do ex-museu do índio".

 

É jogo duro. Os povos indígenas que o digam. A Copa do Mundo e as Olimpíadas estão aí no horizonte próximo. E aí vale tudo, ou quase tudo. Não é apenas um pequeno grupo de indígenas que estão ameaçados de remoção. Conforme matéria do The New York Times, em março do ano passado, "170 mil pessoas serão despejadas até Copa do Mundo e Olimpíadas" (FSP, 2/02/13).

 

O jogo duro do agronegócio

 

A capitã, Kátia Abreu, já está com o time em campo há tempo. Promete erradicar as "inseguranças jurídicas", o quanto antes. Afinal de contas eles são os donos do campo e da bola. Os Guarani-Kaiowá, Terena... que se cuidem. O jogo promete ser pesado. A treinadora espera contar com o apoio do Legislativo, Executivo e Judiciário.  Se não ganharem no campo, no tapetão será certo. E não tem tempo para esperar. Essa semana mesmo já terá um encontro de alto nível, conforme podemos constatar:

 

"Lideranças rurais dos estados do Paraná e do Mato Grosso do Sul, acompanhados pela presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, entregaram à presidente Dilma Rousseff um documento relatando a insustentável situação de insegurança jurídica vivida pelos produtores que tiveram suas propriedades invadidas por grupos indígenas e cidadãos paraguaios na fronteira do Mato Grosso do Sul e do Paraná, nos municípios de Iguatemi, Douradina, Itaporã, Paranhos, Tacuru, Coronel Sapucaia e Ambaí, além de Guaíra e Terra Roxa, respectivamente. A presidente da República determinou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e à ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que recebam uma representação de produtores e a presidente da CNA, no próximo dia 7 de fevereiro, em Brasília, para tratar do assunto (publicado em 04/02/2013).

 

A solução conforme Kátia (Cabral) Abreu

 

"Para a presidente da CNA, é fundamental que o STF confirme o efeito vinculante das condicionantes do julgamento da Raposa Serra do Sul, ao julgar os embargos declaratórios impetrados junto ao tribunal. Somente assim, a AGU (Advocacia Geral da União) poderá reeditar a Portaria 303, convertendo as orientações do STF em ato normativo. Dessa forma, acredita que será possível restabelecer a segurança jurídica nas áreas rurais invadidas ou em conflito por ameaças de invasão. A senadora Kátia Abreu informou que visitará o STF na próxima semana, quando pretende “manifestar a sua preocupação com a questão" (publicado em 04/02/2013).

 

Os povos indígenas terão um jogo duro pela frente. Demarcar, garantir as terras e implementar políticas públicas condizentes, será muito difícil, pois os estádios de futebol estão atrasados, os sistemas viários para o bom fluxo dos turistas, estão devagar quase parando e alguns até já suspensos... E ainda vem os índios exigindo recursos para suas terras, saúde, educação, produção... Assim não vai ter gol. Mas a Secretaria Especial da presidência da República já assumiu a questão Kaiowá Guarani, como prioridade das prioridades. A questão agora é entrar em campo e fazer o gol.

 

Egon Heck

Povo Guarani Grande Povo, início de fevereiro, véspera de carnaval de 2013

 

 

 

Quando os povos indígenas do Brasil imaginavam estar livres dos “Cabrais”, do início da invasão, até o da Constituinte de 1988, quando o então Bernardo Cabral tentou eliminar os povos indígenas através de seu substitutivo, eis que ressurge outro Cabral, o governador do Rio de Janeiro, para negar direitos indígenas. Sempre com nobres intenções: "civilizar, desenvolver, aculturar, “turismar”, até fazer estacionamento...". E nesse jogo pra inglês ver, conforme Romário, vale tudo. Até comunicados oficiais dizendo ser uma ofensa às aldeias indígenas, atribuir tal nome aos "indígenas invasores do prédio do ex-museu do índio".

 

É jogo duro. Os povos indígenas que o digam. A Copa do Mundo e as Olimpíadas estão aí no horizonte próximo. E aí vale tudo, ou quase tudo. Não é apenas um pequeno grupo de indígenas que estão ameaçados de remoção. Conforme matéria do The New York Times, em março do ano passado, "170 mil pessoas serão despejadas até Copa do Mundo e Olimpíadas" (FSP, 2/02/13).

 

O jogo duro do agronegócio

 

A capitã, Kátia Abreu, já está com o time em campo há tempo. Promete erradicar as "inseguranças jurídicas", o quanto antes. Afinal de contas eles são os donos do campo e da bola. Os Guarani-Kaiowá, Terena... que se cuidem. O jogo promete ser pesado. A treinadora espera contar com o apoio do Legislativo, Executivo e Judiciário.  Se não ganharem no campo, no tapetão será certo. E não tem tempo para esperar. Essa semana mesmo já terá um encontro de alto nível, conforme podemos constatar:

 

"Lideranças rurais dos estados do Paraná e do Mato Grosso do Sul, acompanhados pela presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, entregaram à presidente Dilma Rousseff um documento relatando a insustentável situação de insegurança jurídica vivida pelos produtores que tiveram suas propriedades invadidas por grupos indígenas e cidadãos paraguaios na fronteira do Mato Grosso do Sul e do Paraná, nos municípios de Iguatemi, Douradina, Itaporã, Paranhos, Tacuru, Coronel Sapucaia e Ambaí, além de Guaíra e Terra Roxa, respectivamente. A presidente da República determinou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e à ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que recebam uma representação de produtores e a presidente da CNA, no próximo dia 7 de fevereiro, em Brasília, para tratar do assunto (publicado em 04/02/2013).

 

A solução conforme Kátia (Cabral) Abreu

 

"Para a presidente da CNA, é fundamental que o STF confirme o efeito vinculante das condicionantes do julgamento da Raposa Serra do Sul, ao julgar os embargos declaratórios impetrados junto ao tribunal. Somente assim, a AGU (Advocacia Geral da União) poderá reeditar a Portaria 303, convertendo as orientações do STF em ato normativo. Dessa forma, acredita que será possível restabelecer a segurança jurídica nas áreas rurais invadidas ou em conflito por ameaças de invasão. A senadora Kátia Abreu informou que visitará o STF na próxima semana, quando pretende “manifestar a sua preocupação com a questão" (publicado em 04/02/2013).

 

Os povos indígenas terão um jogo duro pela frente. Demarcar, garantir as terras e implementar políticas públicas condizentes, será muito difícil, pois os estádios de futebol estão atrasados, os sistemas viários para o bom fluxo dos turistas, estão devagar quase parando e alguns até já suspensos... E ainda vem os índios exigindo recursos para suas terras, saúde, educação, produção... Assim não vai ter gol. Mas a Secretaria Especial da presidência da República já assumiu a questão Kaiowá Guarani, como prioridade das prioridades. A questão agora é entrar em campo e fazer o gol.

 

Egon Heck

Povo Guarani Grande Povo, início de fevereiro, véspera de carnaval de 2013