ATL 2017

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quarta-feira, 4 de julho de 2018

Torcer pelo Brasil ou pelos brasileiros








O veneno na mesa já está garantido. O pré sal virou pré salada  abocanhado pelas grandes companhias multinacionais. A natureza virou presa fácil da esperteza e sanha dos grandes interesses.  Depois de  estacionadas nas portas das terras indígenas por 30 anos,  partir da Constituinte de 1988, as grandes mineradoras estão sedentas, para aproveitar a euforia da Copa do Mundo, ou o trilho das eleições, para saciar a ganância abrindo a porteira das terras indígenas através da aprovação da “lei Jucá”, PL 1016 ou outros expedientes menos sutis.




Na surdina barulhenta da euforia da bola, tudo pode acontecer. Ou seja, o país anestesiado é prato cheio para os inescrupulosos vendilhões da pátria consumarem a rapina e dilapidação dos nossos recursos naturais e os sagrados direitos dos povos originários a seus territórios e vida digna. A PEC 215 e os inúmeros projetos anti indígenas na manga da camisa para serem colocados em votação a qualquer momento. Os povos indígenas continuam mobilizados, com um olho na bola e outro pé na estada rumo a Brasília. 

A vitória do Brasil pode significar a derrota dos brasileiros (empobrecidos e oprimidos) que são a grande maioria da população. Lembro-me muito bem de 1970, auge da ditadura militar civil, quando o Brasil conquistou o tricampeonato e se afundou na violência do AI5 e aprofundou o regime autoritário por mais uma década e meia.

Os tempos são outros e esperamos ter aprendido com a história. Os inimigos encastelados em seus privilégios e acumulação de capital continuam alimentando o  agronegócio e o neocapitalismo. Que atrás de cada grito de gol venha abaixo o golpe. Que com cada gole de cerveja sintamos também o gostinho amargo da falta de segurança, de saúde e educação de qualidade.

Demarcação já!
Egon Heck
Cimi –Secretariado