O veneno na mesa já está garantido. O pré sal virou pré
salada abocanhado pelas grandes
companhias multinacionais. A natureza virou presa fácil da esperteza e sanha
dos grandes interesses. Depois de estacionadas nas portas das terras indígenas
por 30 anos, partir da Constituinte de
1988, as grandes mineradoras estão sedentas, para aproveitar a euforia da Copa
do Mundo, ou o trilho das eleições, para saciar a ganância abrindo a porteira
das terras indígenas através da aprovação da “lei Jucá”, PL 1016 ou outros
expedientes menos sutis.
Na surdina barulhenta da euforia da bola, tudo pode
acontecer. Ou seja, o país anestesiado é prato cheio para os inescrupulosos
vendilhões da pátria consumarem a rapina e dilapidação dos nossos recursos
naturais e os sagrados direitos dos povos originários a seus territórios e vida
digna. A PEC 215 e os inúmeros projetos anti indígenas na manga da camisa para
serem colocados em votação a qualquer momento. Os povos indígenas continuam
mobilizados, com um olho na bola e outro pé na estada rumo a Brasília.
A vitória do Brasil pode significar a derrota dos
brasileiros (empobrecidos e oprimidos) que são a grande maioria da população.
Lembro-me muito bem de 1970, auge da ditadura militar civil, quando o Brasil
conquistou o tricampeonato e se afundou na violência do AI5 e aprofundou o
regime autoritário por mais uma década e meia.
Os tempos são outros e esperamos ter aprendido com a
história. Os inimigos encastelados em seus privilégios e acumulação de capital
continuam alimentando o agronegócio e o
neocapitalismo. Que atrás de cada grito de gol venha abaixo o golpe. Que com
cada gole de cerveja sintamos também o gostinho amargo da falta de segurança,
de saúde e educação de qualidade.
Demarcação já!
Egon Heck
Cimi –Secretariado
O texto remete a reflexão. Caro Egon tra luta é grande, mas as mentes privigiliadas encontrarão solução.
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